Jerusalém, e sua condição de capital de Israel, ocupa a pauta global do momento. Um dia após o presidente Donald Trump fazer valer a lei aprovada pelo Congresso de seu país e mudar o status da cidade, anunciando a mudança da embaixada para lá, o governo brasileiro se pronunciou.
A nota oficial publicada no site do Itamaraty diz que o entendimento do governo brasileiro é que “o status final da cidade de Jerusalém deverá ser definido em negociações que assegurem o estabelecimento de dois estados vivendo em paz e segurança dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”. A opção de Temer é seguir as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e defende que “as fronteiras entre os dois estados deverão ser definidas em negociações diretas entre as partes tendo por base a linha de junho de 1967”.
Isso equivale a dizer que o Brasil é favorável à divisão de Jerusalém em duas, ficando a porção oriental como capital de um futuro Estado palestino. A nota lembra ainda que “O Brasil mantém relações diplomáticas com Israel desde 1949 e reconheceu o Estado da Palestina em 2010”.
Na balança diplomática, a relação com os palestinos é mais valorizada. Isso já era evidente nas votações na UNESCO e na ONU, onde o país se alinhou com os países muçulmanos e aprovou dezenas de resoluções em desfavor de Israel. Uma das mais recentes “desautoriza os laços israelenses com Jerusalém”. O placar da aprovação dessa proposta foi de 151 votos favor e seis contra, com nove abstenções.
O Ministério das Relações Exteriores, ainda sob a batuta de Aloysio Nunes, vai na direção contrária do presidente Donald Trump. Os motivos para o Brasil continuar com a mesma política dos últimos 13 anos não são claros.
O Partido dos Trabalhadores doou dinheiro de impostos para o grupo terrorista palestino Hamas, declarou o reconhecimento da Palestina como nação independente, e cedeu terreno para a construção de sua embaixada em Brasília – a única do tipo fora do Oriente Médio na época.
A comunidade internacional, em grande parte, ainda debate como vai lidar com Israel a partir de agora. O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu convidou as outras nações para que sigam o exemplo dos EUA. Até o momento, apenas as Filipinas e a República Checa fizeram essa opção. Em abril, a Rússia já havia anunciado o reconhecimento de Jerusalém ocidental como capital de Israel, mas ao mesmo tempo defendeu Jerusalém Oriental como a capital de um futuro estado da Palestina.
O Conselho de Segurança da ONU irá se reunir para debater o assunto nesta sexta-feira (8), enquanto o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, mobilizará todos os países muçulmanos em uma cúpula dia 13, em Istambul.