Como
cristãos, estamos sujeitos a viver em diversos grupos sociais, seja no trabalho, família, bairro, faculdade, escola. Por isso, lidamos com muitas situações que podem desagradar a Deus. Como devemos proceder diante um desafio assim?
Kevin deYoung, o pastor principal da University Reformed Church, em East Lansing (Michigan - EUA), tem uma resposta simples e direta.
“Cristãos não devem ser tolerantes com tudo, uma vez que Deus não é. Nós podemos respeitar opiniões diferentes e tentar entendê-las, mas não devemos afirmar incondicionalmente e sem avaliação toda crença e comportamento, por que Deus não faz isso. Nós devemos amar o que Deus ama. Foi aí que Éfeso falhou. E devemos odiar o que Deus odiou. Aí que Tiatira falhou”, comentou o pastor em artigo publicado no site The Gospel Coalition.
O pastor cita uma das sete cartas do livro de Apocalipse, a de Tiatira. “Das sete cidades de Apocalipse, Tiatira é a menos conhecida, a menos impressionante e a menos importante. E, ainda assim, é a maior carta das sete. Havia muita coisa acontecendo nessa igreja – algumas ruins e outras boas”, comenta. Ele começa citando as coisas boas. “Éfeso foi louvada por suas benfeitorias e seu forte trabalho ético. Tiatira é ainda melhor. Ela tinha os mesmos feitos que Éfeso teve e o amor que faltou a esta”, ressalta.
“A igreja em Tiatira não era sem virtudes genuínas. Era um grupo unido que amava, servia, cria e perseverava. Talvez Tiatira fosse o tipo de igreja que você entra e já se sente parte: ‘Prazer em conhecê-lo. Venha, deixa-me apresentá-lo aos meus amigos. Somos muito gratos de tê-lo conosco’. Era uma igreja que se importava, que se sacrificava e amava”, continuou.
Apesar da igreja ser tão amorosa, o pastor aponta algo que estava muito errado. “Essa era a parte boa. E a parte ruim? O amor dela podia ser sem discernimento e cegamente afirmativo. O grande problema de Tiatira era a tolerância. As pessoas de lá toleravam falsos ensinamentos e comportamentos imorais, duas coisas com as quais Deus é ferozmente intolerante. Jesus diz: ‘você é amorosa de diversas formas, mas a sua tolerância não é amor. É infidelidade’. O pecado específico de Tiatira era a tolerância com Jezabel”, explica.
O que fazer em situações que desagradam a Deus?
O pastor ilustra seu ensinamento com uma história onde um cristão fica frente a frente com o desafio de obedecer a Deus ou ser conivente com outro deus. Ele questiona: “O que você faria nessa situação? Ficaria ou iria embora? O que a sua participação significaria para seus companheiros cristãos, para o mundo e para Deus? Essas festas, com sua idolatria e folia sexual, que muitas vezes as seguiam, eram parte normal da vida do mundo Greco-romano. Ficar de fora poderia ser algo social e economicamente desastroso”, disse.
“Esse é o motivo pelo qual os falsos mestres, como essa Jezabel em Tiatira eram tão ouvidos. Eles tornavam o ser cristão em algo muito mais fácil, menos custoso e muito menos contracultural. Mas era um cristianismo diluído e vendido, e Jesus não iria tolerá-lo. Ele iria usar Tiatira como exemplo para mostrar a todas as igrejas que Jesus tem olhos de fogo, puros demais para ver o mal, e pés de bronze polido, santos demais para caminhar entre a maldade. Ele queria que todas as igrejas soubessem que Ele é quem perscruta as mentes e corações e que irá punir todo mal não arrependido”, alertou.
Segredos profundos
Para finalizar, Kevin ressalta o pecado de Jezabel. “O erro de Jezabel era um pecado sério, arraigado e sutil. Provavelmente ela havia dito às pessoas que os ‘segredos profundos’ não iriam prejudicá-los. O que está acontecendo é, provavelmente, algum tipo de falso ensinamento que desvalorizava o mundo material. Essa Jezabel poderia estar falando: ‘O mundo físico não importa. O espiritual é o que conta. Então participem das festas aos ídolos e façam o que vocês quiserem sexualmente. Deus não liga para isso’. Independentemente do que ela estivesse falando, era uma mentira e estava levando o povo ao pecado”, colocou.
O pastor finaliza seu artigo afirmando que é importante que os cristãos avaliem bem tais desafios e que optem por permanecer dentro da vontade de Deus, por mais que haja pressão da sociedade. “A igreja era mais tolerante do que Jesus, o que nunca é uma boa ideia”, finalizou.